Longe do mundo
6. Esta tarde não tem gaivotas, nem se levantam papagaios junto ao rio. Os barcos cabeceiam ao sabor do abandono.
6. Esta tarde não tem gaivotas, nem se levantam papagaios junto ao rio. Os barcos cabeceiam ao sabor do abandono.
Havia um cata-vento que marcava as artes,
a festa da armação,
quando o zinco do atum oxidava a costa.
As sardinheiras ainda ardem nas ânforas, mas os passos já não ressoam na rua do Tresmalho.
As alcofas esbanjam a frescura das hortas. Sobre as bancas os peixes fitam o mercado, atónitos. Pomar mediterrânico
no gume da fartura e da extinção.
O rio dorme sob a ponte;
os barcos já não transportam a cobiça da fruta.
1 comentário:
:) (gosto porque sim)
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